quinta-feira, 8 de setembro de 2011

confessionário

mantinha meus segredos em seus olhos, e maquiava as mentiras com verdades. namoravamos há quase 2 anos, e ainda assim sentia ter um relacionamento superficial. conversávamos muito, sempre conversamos. era uma das coisas que mais gostava, ele fazia eu me sentir bem, segura, e mesmo assim, algo faltava. faltava que ele visse algo. faltava que ele sentisse junto, compartilhasse, e me desse colo. foi então, em surpresa, na frente dele. comecei a me despir, e ele pôde ver então, cicatrizes que nunca havia reparado. me despi de todo o orgulho, e pedi perdão por todas as mentiras descaradas. joguei longe toda a ironia, e fui cem por cento honesta pela primeira vez em muito tempo. livrei-me de todo o egoísmo, e disse que aprenderia a aceitar que o mundo não gira ao meu redor. deixei de ser menina, virei mulher, em atos. aquela relação estava fadada ao engano eterno, por culpa minha. dois imaturos, duas crianças. me senti uma destruidora indefectivel de corações alheios. terminado meu discurso, eu chorava. consciente de que tinha deixado para trás a juventude. ele, tolo, perguntava com quantos eu tinha saído.. se isso fosse o maior dos problemas. tolinho..

1 comentário:

Flah Queiroz disse...

Me li em algumas palavras. Não todas, pois certamente meus segredos não são os mesmos que carrega a personagem... Talvez as cicatrizes é que sejam similares.

Lido e adorado!